
A reafirmação de Adriano Galdino como pré-candidato ao Governo da Paraíba em 2026, estimulada por elogios vindos de lideranças como Enivaldo Ribeiro, marca um movimento que pode alterar o equilíbrio político do estado. Presidente da Assembleia Legislativa e figura com trânsito em diferentes grupos, Galdino aposta no capital acumulado de articulações parlamentares e no discurso de experiência administrativa para se projetar como alternativa viável ao Executivo estadual.
A movimentação, no entanto, escancara um dilema recorrente na política paraibana: a predominância da força das alianças sobre propostas concretas de governo. Ao invés de apresentar um plano robusto para enfrentar problemas estruturais — como a desigualdade regional, a estagnação econômica do sertão e a crise na saúde pública —, a pré-campanha ainda gira em torno de apoios, elogios e costuras de bastidores. A política estadual parece mais preocupada em medir forças entre caciques do que em oferecer saídas para os desafios da população.
Se confirmada sua candidatura, Adriano Galdino terá de provar que pode ser mais do que um articulador parlamentar habilidoso. Sua trajetória na Assembleia é marcada pela capacidade de compor e sobreviver em diferentes conjunturas, mas governar exige liderança executiva, clareza de projeto e coragem para enfrentar interesses enraizados. O risco é que sua pré-candidatura se transforme apenas em mais uma peça no xadrez de alianças, reforçando a lógica de poder pelo poder, em vez de inaugurar um debate verdadeiro sobre o futuro da Paraíba.
Da redação, Folha da Paraíba
Foto: Redes Sociais