
A Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), já sob forte pressão orçamentária, viu-se praticamente “esquecida” quando deputados estaduais destinaram suas emendas impositivas no orçamento mais recente. Trata-se de um recado claro: mesmo instituições de ensino público, pilares do desenvolvimento regional, são negligenciadas em detrimento de interesses mais visíveis ou imediatos.
Esse descaso revela uma priorização política de curto prazo. Deputados tendem a alocar emendas para obras com apelo eleitoral — pavimentações, ginásios, eventos — enquanto universidades, centros de pesquisa e infraestrutura acadêmica ficam em segundo plano. O efeito é uma instituição sufocada por falta de recursos para manutenção, contratação de pessoal e expansão de cursos, exatamente no momento em que se espera que o ensino público faça frente às desigualdades.
A omissão tem consequências práticas: deterioração física de laboratórios, dificuldade de manter corpo docente qualificado, queda na oferta de atividades de extensão e impacto na qualidade do ensino oferecido. Ao tratar a UEPB como “coadjuvante do orçamento”, os parlamentares indicam que educação não é prioridade, mas variável de segunda ordem — enquanto poder público abertura mão de investir no futuro para garantir visibilidade imediata. Se o Estado afirma querer “uma Paraíba mais justa”, deveria agir de forma coerente, começando por tratar sua universidade com respeito, recursos e visão de longo prazo.
Da Redação, Folha da Paraíba
Foto: Reprodução Assembleia