
A prisão de dois secretários municipais suspeitos de envolvimento na morte do vereador Peron Filho lança uma sombra profunda sobre a política paraibana e reacende o debate sobre os limites entre poder, impunidade e violência. O caso, que chocou o estado pela brutalidade e pelo possível envolvimento de agentes públicos, não é apenas um episódio policial — é um retrato inquietante de como a corrupção e o abuso de poder podem transbordar do campo político para o terreno do crime.
A investigação, conduzida pela Polícia Civil e acompanhada pelo Ministério Público, aponta indícios de motivação política e de disputas internas por influência e recursos. Se confirmada a participação de gestores públicos, o caso ultrapassa a tragédia pessoal e se transforma em um atentado contra a própria democracia. Quando o poder público se confunde com práticas criminosas, o Estado perde legitimidade e o cidadão perde a confiança na política como instrumento de transformação.
Mais do que punir culpados, este caso exige transparência, rapidez e firmeza institucional. A Paraíba não pode permitir que o assassinato de um vereador — representante eleito pelo voto popular — seja tratado como mais um episódio de violência. Cada silêncio, cada omissão e cada tentativa de manipular o caso para proteger interesses políticos amplia a ferida da impunidade. Que as investigações avancem com independência, e que o exemplo sirva de alerta: a política não pode ser palco para o crime.
Da Redação, Folha da Paraíba
Foto: Redes Sociais




