
Nos últimos dez anos, a Paraíba registrou uma queda de 37% no número de matrículas na Educação de Jovens e Adultos (EJA). O dado, preocupante, mostra como a modalidade vem sendo relegada a segundo plano, mesmo sendo a única alternativa para milhares de pessoas que não tiveram acesso à escolarização na idade adequada.
A retração não pode ser explicada apenas por uma suposta diminuição da demanda. Ela reflete também o enfraquecimento das políticas públicas voltadas à inclusão, a ausência de campanhas de mobilização social e a precariedade das condições de funcionamento das turmas. Para muitos alunos, a falta de transporte, horários incompatíveis com o trabalho e a ausência de apoio pedagógico tornam a permanência quase impossível.
Enquanto o Estado investe em programas de visibilidade imediata, a EJA continua invisível. Essa negligência perpetua o ciclo de exclusão educacional e reforça as desigualdades sociais. Uma política séria de educação de jovens e adultos precisa ser tratada como prioridade, e não como um apêndice do sistema. Sem isso, a queda nas matrículas será apenas a face mais visível de um projeto de abandono.
Da Redação, Folha da Paraíba
Foto: Reprodução/Governo da Paraíba.