
A paralisação dos professores da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), que já se arrasta por quase 40 dias, chega a um ponto crítico: o da mobilização pública. O anúncio de um novo protesto, exigindo abertura de diálogo com o Governo do Estado, traduz o esgotamento das tentativas de negociação interna e o sentimento de abandono de uma categoria que desempenha papel essencial na formação acadêmica e na produção científica da Paraíba.
A greve na UEPB não é apenas uma pauta corporativa — é o retrato de um modelo de financiamento universitário que há anos opera no limite. Os docentes reivindicam reajuste salarial, melhores condições de trabalho e recomposição do orçamento da instituição. O governo, por sua vez, alega restrições fiscais e tenta evitar precedentes que possam pressionar outras categorias do funcionalismo. Nesse impasse, quem mais perde é a comunidade acadêmica e, sobretudo, os estudantes que veem o semestre ameaçado e a pesquisa paralisada.
É preciso reconhecer: a UEPB é um patrimônio da Paraíba. Não há desenvolvimento regional sem educação pública sólida, e não há ensino de qualidade sem valorização docente. O governo estadual precisa compreender que o diálogo não é concessão — é dever republicano. Manter o silêncio enquanto professores ocupam ruas e salas vazias é transformar o problema em crise institucional. A greve já ultrapassou o tempo da espera; agora exige resposta. O Estado deve sentar à mesa, ouvir, negociar e agir. Porque, quando a educação para, é o futuro que fica em greve.
Da Redação, Folha da Paraíba
Foto: UEPB/Divulgação




