
A crise silenciosa no PSB da Paraíba começa a tomar contornos mais nítidos à medida que nomes históricos do partido, como Gervásio Maia e Ricardo Barbosa, convergem em uma constatação incômoda: a legenda carece de uma chapa competitiva para 2026. O que poderia ser apenas uma divergência tática se tornou um sintoma de fragilidade estrutural, num partido que, nos últimos anos, perdeu quadros, musculatura eleitoral e identidade programática.
Tanto Gervásio quanto Barbosa — vozes de trajetórias distintas dentro do PSB — parecem concordar que o partido precisa redefinir seu papel no tabuleiro político estadual. O alinhamento com o governador João Azevêdo, embora tenha garantido espaço institucional, reduziu a autonomia do PSB e ofuscou suas lideranças regionais. Hoje, sem nomes de forte apelo popular nem bases organizadas no interior, o partido enfrenta o risco de se tornar um coadjuvante na sucessão de 2026.
O desafio é duplo: reconectar-se às bases e reconstruir um discurso próprio. A ausência de uma estratégia clara para formar chapas proporcionais competitivas — tanto para a Assembleia Legislativa quanto para a Câmara Federal — alimenta a percepção de esvaziamento. O PSB, que já foi referência de articulação progressista e renovação política na Paraíba, precisa decidir se continuará orbitando em torno de governos ou se voltará a ser protagonista. Sem isso, o futuro eleitoral da legenda pode se resumir à frase que hoje une seus principais nomes: falta projeto, falta unidade e, sobretudo, falta coragem de se reinventar.
Da Redação, Folha da Paraíba
Foto: Gervásio Maia e Ricardo Barbosa




