NASCER NO BRASIL – Parte I
Haverei de misturar nestes meus pensamentos diversos assuntos inerentes a existência humana, mais precisamente ao fato de ser brasileiro, terra fecunda e repleta de subsídios à nossa evolução espiritual, uma vez que nesses vastos campos tupiniquins habitam as mais variáveis provações incorpóreas disponíveis.
Deus enviou para esta terra abençoada por Ele, seus filhos de falhas espirituais imensuráveis. E justamente onde não existem catástrofes naturais de proporções irreparáveis, compensou as virtudes desse solo com as vicissitudes do ser humano. Este é o local perfeito para se reconstruir interiormente, pois dívidas da alma haverão de fazer parte da existência dos brasileiros neste plano.
Por aqui é completo o abandono eleitoral que os políticos oferecem após as eleições. A regra é beneficiar seus apoiadores e corromper aqueles que tentam modificar os costumes egoístas de seus locupletados com falácias modernas e inflamadoras.
Abraços antes distribuídos aos ditos amigos na hora de “humildemente” requerer seu voto, após a posse transformam-se em abraços em seus prováveis corruptores em demonstração de absoluta falta de interesse pelo bem-estar dos irmãos que o colocaram naquela situação privilegiada de cidadão do povo.
O pior de tudo é ver, a cada ciclo eleitoral, os mesmos competentes políticos serem recolocados em postos pelos mesmos eleitores, numa clara anuência característica dos brasileiros que devem imaginar que o país deveria ser dos mais espertos. Há de se duvidar da sanidade espiritual de pessoas que se aproveitam dos menos agraciados, mas também me questiono sobre as razões nas quais estes mesmos agraciados reconduzem tais políticos aos privilégios saturados de seus mandatos.
Até se tenta entender quando um brasileiro demonstra afinidade com um político novo, uma versão nova e talvez intocável na já tão desgastada política deste país. Mas não entra em minha mente quando este mesmo político é flagrado em situações de desvio de conduta e mesmo assim ainda é depositário da confiança de muitos eleitores que se dizem ávidos por justiça social, quando eles mesmos oferecem ferramentas para que esta demanda não ocorra, gerando aflição, revolta e desconforto naqueles que pensam, sim, em um país justo e melhor para todos independente de cor, raça, religião e sejam lá quais forem as diferenças. Deus nos imputou essas diversidades para que pudéssemos exercer nosso amor e caridade aos diferentes de nós, e não apenas aos similares.
Quero crer que todos nós brasileiros somos merecedores por nascer por essas terras. Em outras vidas muito provavelmente nós mesmos nos utilizamos dessas discrepâncias existenciais que florescem em nossos conterrâneos e agora precisamos provar também o outro lado da moeda e decidir de que lado ficamos. Se preferirmos o jogo do jeito que está, é possível que jamais saiamos destas terras.