ColunistasJosé Humberto Pontes
ORAÇÃO: HÁBITO OU DEVER ?
Desde criança que nós, criaturas humanas, ouvimos falar em Deus. Já vem do berço a falácia sobre a concepção da vida e fruto do amor carnal entre pai e mãe e, nestes termos, personificada por uma cegonha, já que o portador do amadurecimento nos trará no tempo certo os verdadeiros entendimentos sobre a qual inevitavelmente haveremos de conviver. Este é o primeiro milagre a que somos submetidos: o da vida.
Ao longo de nossa existência, e já nos primeiros anos, somos apresentados ao nosso verdadeiro Pai: O senhor Deus criador do céu, da terra e de todos os seres que habitam este planeta. Um ser espiritual, sem carne e nem osso como nós, e invisível aos olhos humanos. É exatamente nesta fase de nossa existência que uma das mais importantes lições de nossas vidas nos é sugerida: como falar com Deus.
A esta ação deu-se o nome de oração, cuja propriedade, distinta de algumas outras manifestações de fé, seria o de falar com Deus; ou pensar; ou compartilhar; ou ainda interagir; sendo muito pessoal essa atribuição a nós revelada ainda na infância.
A oração é a palavra mais facilmente lembrada em momentos de desespero emocional ou material, mas infelizmente, e isso é da natureza da maioria dos humanos, só é praticada na necessidade de cada um. As pessoas já não oram mais pra agradecer e, sim, para pedir e exercer o seu lado material utilizando-se da misericórdia divina ensinada lá atrás no pós-berçário. Tal situação é fruto de algumas de nossas decisões terrenas que nos levam a encontrar consequências em nada confortáveis. E tambem resultado de influências humanas a que somos expostos e que infelizmente nem todas nos agregam valores morais aceitáveis ao espírito encarnado.
É sábio o convívio com pessoas que não se afastam de Deus. Os que agem de forma contrária não são boa companhia e precisam efusivamente de nossa oração, que é a necessidade espiritual de cada um de nós.
Somos todos oriundos de uma mesma origem. A mesma luz que habita em cada um de nós tambem está presente, em intensidades distintas, no desconhecido que caminha do outro lado da rua. É a oração quem intensifica essa luz que nos acompanha, mas a maioria dos encarnados só faz uso dela na necessidade, sem jamais lembrar que precisamos interagir com Deus diuturnamente.
Quando não existe em alguma criatura humana a vontade de orar, então é hora de acender o alerta. O que a fez perder este interesse? É sinal que algo está contribuindo para esta situação, o que remete a uma autoavaliação espiritual em busca dessas respostas, sem que seja preciso esperar pela dor para acreditar no poder das preces.
No cotidiano das pessoas são inevitáveis as aflições e angústias que trazem junto as tormentas resultantes de nossas ações. São frutos de decisões equivocadas e plantios duvidosos cujas origens remetem a pensamentos maléficos ao nosso desenvolvimento incorpóreo. São neste momentos que muitos precisam prostar-se de joelhos para se aproximar do alto em forma de oração. A falta dela causa um dano imensurável no nosso espírito.
Resumo da ópera: Falemos com Deus constantemente agradecendo até pelo que nos acontece de desagradável. São ensinamentos. Falemos com Deus rogando inspiração para tomar as melhores decisões e não por suas consequências. Falemos com Deus todos os dias. E que isto seja inegociável.