
Relatórios educacionais recentes indicam que a Paraíba ocupa a terceira posição entre os estados do Nordeste com maior percentual de estudantes do ensino médio com defasagem idade-série. Ou seja: muitos jovens estão anos “atrasados” em relação à série em que deveriam estar. Esse cenário escancara falhas estruturais no sistema de ensino estadual.
O problema não é apenas de desempenho ou reprovação ocasional: reflete desigualdades profundas — falta de apoio pedagógico, evasão, recursos insuficientes nas escolas do interior, carência de transporte e condições precárias de infraestrutura. Enquanto algumas redes urbanas dispõem de laboratórios e reforço escolar, outras comunidades sequer têm salas adequadas ou professores substitutos. A tensão entre regiões ricas e pobres no estado se faz visível em cada aluno em atraso.
Para reverter essa realidade, não bastam programas paliativos ou discursos otimistas. É necessária uma estratégia que una recuperação escolar, formação continuada de professores, monitoramento de frequência e apoio direto aos estudantes mais vulneráveis. A Paraíba precisa enfrentar de frente o déficit educacional, e não deixá-lo crescer como herança de desigualdade.
Da Redação, Folha da Paraíba
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