
Os dados do último relatório do Tesouro Nacional são preocupantes para o estado da Paraíba: o gasto com pessoal comprometeu 46,41% da Receita Corrente Líquida, posicionando o estado como o quarto que mais destina recursos à folha de pagamento entre todas as unidades da Federação. Embora ainda abaixo do limite de alerta de 49% fixado pela Lei de Responsabilidade Fiscal, o índice acende uma luz amarela para a gestão das finanças públicas estaduais.
O relatório aponta que 72% da despesa total é composta por servidores ativos, enquanto 28% correspondem a inativos e pensionistas. Esse desequilíbrio demonstra o peso crescente das aposentadorias no orçamento e a dificuldade de compatibilizar gastos obrigatórios com a necessidade de investimentos. Quando o Estado se aproxima do limite fiscal, perde margem de manobra para políticas públicas essenciais, como saúde, educação e infraestrutura.
Mais do que um dado contábil, o resultado expõe a urgência de um debate político e técnico sobre o modelo de gestão de pessoal. A Paraíba precisa reavaliar carreiras, modernizar estruturas administrativas e buscar novas fontes de receita sem penalizar o servidor nem comprometer serviços básicos. O desafio é equilibrar responsabilidade fiscal com eficiência pública. A folha de pagamento não pode ser inimiga do desenvolvimento — mas, se mal administrada, pode se tornar seu maior obstáculo.
Da Redação, Folha da Paraíba
Foto: Ascom/PB




