
A Assembleia Legislativa da Paraíba realizou mais uma sessão itinerante no Sertão, desta vez em Patos, com o objetivo de aproximar o parlamento da população. Apesar do caráter democrático do encontro, o evento mostrou-se mais uma vitrine política do que um espaço de transformação real, repetindo a fórmula de discursos inflamados e promessas vagas sem garantias de execução.
O contato direto com comunidades do interior tem valor simbólico e rende capital político, sobretudo em período pré-eleitoral. No entanto, sem mecanismos de acompanhamento e metas objetivas, as sessões permanecem distantes da prática de governar. A população, que convive com problemas concretos em saúde, infraestrutura e educação, continua sem respostas claras sobre prazos e investimentos efetivos.
O gesto de descentralizar o Legislativo precisa ser acompanhado de ações concretas. Caso contrário, as sessões itinerantes correm o risco de se consolidar como eventos de ocasião, bons para a fotografia e frágeis para a vida real. O Sertão demanda presença constante do Estado, e não visitas protocolares.
Da Redação, Folha da Paraíba
Foto: Assembleia Legislativa – PB