
A prisão de um traficante paraibano apontado como integrante do Comando Vermelho, capturado em uma embarcação no Rio de Janeiro, é mais um episódio que revela a expansão silenciosa das facções criminosas interestaduais e o desafio crescente das autoridades em conter redes que operam além das fronteiras regionais. A ação, conduzida pela Polícia Federal em parceria com forças estaduais, representa um avanço na cooperação entre os estados, mas também expõe a dimensão do problema: o crime organizado brasileiro não conhece limites geográficos.
Nos últimos anos, a presença de paraibanos em estruturas do Comando Vermelho e de outras facções tornou-se mais frequente, impulsionada pelo tráfico de drogas e armas entre o Nordeste e o Sudeste. A captura desse integrante em território fluminense mostra como a criminalidade estruturada se aproveita da fragilidade institucional e das rotas marítimas e rodoviárias para articular negócios ilícitos. O caso não é isolado — ele sinaliza a urgência de um plano nacional de enfrentamento que integre inteligência policial, vigilância de fronteiras e rastreamento financeiro das organizações criminosas.
A prisão, embora relevante, não resolve a raiz do problema. O verdadeiro enfrentamento do crime organizado exige política pública duradoura, investimento em inteligência e integração entre estados e União. A Paraíba, assim como outras unidades federativas, precisa reforçar o combate à infiltração dessas facções em presídios e periferias, onde o recrutamento é constante. O episódio no Rio é um alerta: a violência pode ser exportada, mas a omissão é sempre local.
Da Redação, Folha da Paraíba
Foto: Polícia Federal/Divulgação




