O relatório de inflação do terceiro trimestre, divulgado pelo Banco Central (BC) nesta quinta-feira (21), indica que a inflação do país, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), deverá fechar o ano em 4,6%. Além disso, a probabilidade de o índice ultrapassar a meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para este ano, que é de 3,25%, com uma variação entre 1,75% e 4,75%, diminuiu de 67% para 17%.
O documento explica que a redução significativa na probabilidade de ultrapassagem do limite superior da meta para 2023 (4,75%) ocorreu devido à queda na projeção para esse ano, de 5,0% para 4,6%, e à redução da incerteza associada a um horizonte mais curto de projeção. O relatório também menciona a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de reduzir a taxa básica de juros para 11,75% ao ano, destacando que essa medida é compatível com a estratégia de convergência da inflação para a meta ao longo do horizonte relevante, incluindo os anos de 2024 e 2025.
O BC antecipa uma redução adicional na taxa de juros nas próximas reuniões, seguindo o ritmo necessário para manter a política monetária contracionista e apoiar o processo desinflacionário. O relatório destaca que o ambiente externo permanece volátil, com movimentos expressivos das taxas de juros nos Estados Unidos e núcleos de inflação elevados em diversos países. O BC ressalta a resiliência da atividade global, embora o crescimento global ainda esteja abaixo de seu potencial.
No cenário doméstico, o relatório prevê um arrefecimento no crescimento no terceiro trimestre, com um aumento de 0,1%. Apesar disso, destaca-se o crescimento ligeiramente maior que o esperado no consumo das famílias, especialmente em serviços e bens de consumo não duráveis. Por outro lado, os investimentos têm apresentado queda nos últimos quatro trimestres. A balança comercial deve registrar um saldo recorde em 2023, contribuindo para um déficit em transações correntes moderado.
PIB
O banco também ajustou sua previsão para o Produto Interno Bruto (PIB), que representa a soma dos bens e serviços produzidos no país. A projeção para este ano foi revisada para cima, passando de 2,9% para 3%. Já a previsão para 2024 teve uma ligeira redução, indo de 1,8% para 1,7%.
O relatório destaca que o cenário prospectivo inclui um aumento no ritmo de crescimento ao longo do próximo ano, com uma moderação no consumo das famílias, retomada dos investimentos e a manutenção de um balanço favorável nas contas externas.