Não é de hoje que a humanidade insiste em imputar a outrem uma possível culpa de eventuais falhas cometidas por cada um de nós. Salvo raríssimas exceções, em alguns momentos da vida fomos autores deste indelicado comportamento e juízes deste pecaminoso ato. Alguns tomam consciência de seus deslizes e moderam suas condutas, enquanto outros se vangloriam destes feitos e conduzem suas vidas em direção oposta ao bordão “dura lex sed lex”.
Estes, os que não querem evoluir e libertar-se destas anomalias existenciais, se acham os mais astutos neste plano; e jamais terão a sabedoria e o conhecimento que um erro é capaz de adicionar a nossa vida. Uma falha assumida ensina muito na nossa realidade, nos tornando cautelosos para futuras situações similares, o que não ocorre com os “espertalhões”, que do alto de sua soberba imaginam sempre se esquivar das situações vexatórias a que submetem a si e aos outros.
Podem até passar por esta vida sem pagar um centavo da divida existencial que acumularam na Terra, mas o boleto chegará na forma espiritual. Compromissos com atitudes errôneas são, deliberadamente, ingressos para sofrimento incorpóreo e estes exemplos estão em nossas vidas diuturnamente ao nos deparar com pessoas em constante estado de padecimento na forma como se apresentam, sejam eles depressivos, drogados, deficientes. Estas almas estão reencarnadas para pagar tais dividas e todas elas foram geradas inicialmente por um deslize qualquer desacompanhado de arrependimento verossímil.
Voltar atrás quando se comete uma falha está longe de ser humilhação. Pelo contrario, é uma dívida existencial sendo quitada e os juros inerentes a esta cupa é o verdadeiro resgate da situação ora apresentada pelo Criador.
Eu sempre penso que tudo que acontece em nossa vida traz um ensinamento, seja este fato do bem ou do mal. Algo há de nos ser apresentado para o nosso crescimento evolutivo rumo a uma existência plena, mas para isso há muito o que ser purificado dentro de nós, pois, pecadores que somos, muito erros cometemos sem sequer percebemos, sejam eles em pensamento ou em atitudes.
Os que se sentem acima disso…. bem, Jesus já nos disse que os humilhados serão exaltados e vice-versa. Uma falha que cometemos é uma chance que Deus está nos apresentando para que nos aproximemos Dele. Redimir-se seria reparar esta situação perante nossos irmãos encarnados e desencarnados.
Aos que erram por escolha, e se associam aqueles que o fazem deliberadamente, restará a indecência moral de que está se cometendo outro erro ao não querer reparar o anterior, pois o caráter de um indivíduo não se mede pelo tamanho da imperfeição praticada, mas pela intensidade da atitude que se toma apos cometê-lo.
De toda forma, é justo entender que uma situação adversa dessa plenitude é tambem uma oportunidade para exercer nossa liberdade espiritual de escolha em detrimento de acomodar-se com tal incômodo. E que poderá levar a um novo deslize.
Há de se perceber que aqueles que mais erram sao os que julgam ter sempre razão em suas escolhas e isso indubitavelmente leva sempre ao mesmo caminho temerário das sequelas espirituais e sempre aptas ao martírio existencial terreno inerentes a tais atos duvidosos.
Se aprendermos a lição que uma falha espiritual um dia apresentado nos trouxer… bem, isso pode ocorrer por vontade divina justamente para testar nossa alma diante da mesma situação.
