
O incêndio que atinge o entorno do Parque Nacional da Serra de Teixeira mobilizou uma força-tarefa do Governo da Paraíba, envolvendo bombeiros, brigadistas e órgãos ambientais. A ação emergencial é necessária e urgente, mas escancara um problema recorrente: a falta de políticas permanentes de prevenção, monitoramento e educação ambiental. A cada temporada de estiagem, o fogo volta a devastar áreas de preservação, transformando a reação do poder público em espetáculo midiático, sem resultados duradouros.
O Parque Nacional da Serra de Teixeira é patrimônio ecológico e cultural, abrigando espécies nativas e nascentes que sustentam comunidades locais. A destruição causada por incêndios não se limita à fauna e flora: compromete a qualidade de vida da população, agrava o desequilíbrio climático e amplia a vulnerabilidade social em uma das regiões mais secas do estado. Combater as chamas é imprescindível, mas sem planejamento e investimentos consistentes, a força-tarefa se tornará apenas paliativo, repetido a cada ano sem resolver a raiz do problema.
O episódio deve servir como alerta definitivo. É preciso integrar políticas ambientais, agrícolas e urbanas, fortalecendo a fiscalização contra queimadas ilegais, ampliando programas de educação ambiental e garantindo recursos contínuos para prevenção de desastres. A Serra de Teixeira não pode ser lembrada apenas em momentos de tragédia. Preservá-la exige compromisso político de longo prazo, sob pena de condenarmos futuras gerações a conviver com cenários de devastação irreversível.
Da redação, Folha da Paraíba
Foto: Secom-PB