
Um recente levantamento da Transparência Internacional – Brasil revela que o Estado da Paraíba ainda apresenta falhas graves no nível de transparência em dois dos pilares mais sensíveis ao controle social: obras públicas e emendas parlamentares. O estudo, baseado em 106 critérios avaliados nos governos estaduais, apontou que embora a Paraíba tenha recebido nota 64,0 e sido classificada como “bom”, ela ocupa apenas a 18ª posição do país e a 4ª no Nordeste.
Os melhores desempenhos do estado foram nos eixos de Transformação Digital e Comunicação, enquanto nos quesitos Administrativo & Governança e Dados obtiveram notas baixas, ambas na casa dos 50 pontos. A diferença entre divulgar grandes slogans de transparência e permitir o escrutínio efetivo está justamente nesse gap: faltam dados acessíveis, atualizados e completos sobre a execução de obras, detalhes dos projetos e gastos, e relatórios que permitam à população acompanhar passo a passo as emendas parlamentares.
Esse déficit é ainda mais alarmante se considerarmos que apenas três estados no Brasil conseguem divulgar integralmente informações sobre emendas estaduais. Já no que se refere às obras públicas, poucos estados mantêm plataformas completas com execução física e financeira. Na Paraíba, esse vazio informacional cria um terreno fértil para suspeitas de favorecimento político, desvios de recursos e omissão de responsabilidades. Para tornar a transparência uma prática real — e não apenas um rótulo — é essencial que o Estado publique dados completos, com padronização, prazos rigorosos e fiscalização externa que vá além do discurso.
Da Redação, Folha da Paraíba
Foto: Ascom/PB. Laerte Cerqueira